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domingo, 23 de novembro de 2014

Fênix


Não Vou falar dos humanos,
vou apenas pensar no que transcende.
Já posso rasgar meus planos,
pois outra vida em mim já presente.

Brotar, virar do avesso,
barba, barriga e cabelo crescer.
Já destruí um monstro em mim: espelho;
Resignifico meu sofrimento em viver. 

Nada sem sabor só porque é correto,
esse desgostoso dissabor da obrigação
vem de encontro ao que em mim já é certo.
Apenas quero o que me traga sublimação.

Elevando já meus pensamentos
desprendo-me desta matéria fria.
Percebo que o sofrer é só um momento,
agora, apenas o que pode vir é alegria.

domingo, 9 de novembro de 2014

Tentei ficar bem


Tentei ficar bem, estar forte,
Antes que tua falta me consumisse,
Tudo que consegui foi mais saudades,
Yaveh sabe que o que eu falo é verdade.
Eu nunca amei alguém tanto assim!
Um sentimento tão grande desse
Te dou por inteiro com tudo que há em mim.
Esconde meu coração dentro de ti,
Assim ninguém roubará nosso tesouro
Mais que precioso, sublime, eterno.
O meu desejo sempre será provar mais do teu beijo...

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

7ª Carta de Amor para Deus - Sua mão



Olá,
Todos os dias meu coração se aperta ao lembrar desse amor, pois sei que não ando retribuindo à altura; na verdade nem sei mesmo se posso o fazê-lo.
Hoje sei que tua mão vem me aparando em cada passo, correto ou mal dado, em cada tropeço. Sei que está perto a cada instante, mesmo que, insensivelmente, não consiga te enxergar ali.
Sua mão um dia se abriu para amparar um rejeitado, órfão, um lixo humano qualquer; e agora percebo que o que posso fazer é repetir o gesto, imitar você e abrir a mão a outro alguém como eu, perpetuar essa aliança, desta vez horizontalmente. Repartir o afago que recebo e ser afagado novamente, enxugar lagrimas e ser consolado também, erguer alguém e me levantar de onde cair, enfim, perdoar e ser perdoado.
Com certeza não há forma mais contundente de sentir e compartilhar esse lindo amor a não ser dando as mãos. 

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A dor dentro de mim


Dentro de mim há algo errado,
umas desconjunturação plena,
nenhum vaso se conecta mais ao outro.
Apenas dói, sufoca, dilacera.

Essa dor não compreende, não se importa,
só cava, esburaca, corrói. 
Aniquila em instantes o que acabou de nascer;
aborta o que ainda não foi gerado.

Apenas dói ,não acaba, não morre,
se alimenta de si mesma, parasita.
Escarnece o que perante ela é submisso
Dentro de mim dói, e só isso. 

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

6ª Carta de amor à Deus: Posso descansar!


Olá, aí vaia tentativa de um poema sobre Você, espero que goste...



Posso descansar,

Você já conhece todos meus defeitos
já não preciso esconde-los,
Invés disso sossegar...

Posso descansar, 

tirar a mochila das costas,
afrouxar o cinto, tirar as botas;
Há um lugar para voltar, regressar!

Posso descansar,

já não é necessário tanto dizer,
o que falta explicar a você?
Apenas um gesto tudo expressa, o olhar. 

Posso descansar,

ser fraco, admitir derrota,
não ter medo de ter medo,
apenas sentar ao teu lado e confessar.

Posso descansar,

ter esperança de futuro, sonhar.
Viver esse amor tranquilamente,
na certeza de que onde o erro fere, brota-se ali perdão.

domingo, 6 de julho de 2014

5° carta, sobre um viciado



Olá, agora não passou muito tempo, talvez tudo que te escrevo se torne um relicário esquecido, na verdade eu nem sei como você ler isto, mas tudo bem, vou escrever, mesmo sabendo que você já sabe disto enquanto ainda as palavras estavam em meus pensamentos. Sei também que você sabe tudo sobre mim, aliás, bem melhor do que eu. Sendo assim meus vícios também estão em seu arcabouço, todos eles, expostos como uma ferida aberta. Cada um impõe sobre mim seu domínio, perdendo correntes e mais correntes em minhas mãos. Todas elas me puxam pra baixo de forma que eu não olho mais pra cima de maneira que a muito não te vejo. De vez em quando me sinto livre dessas algemas são momentos, às vezes dias, mas logo depois volto a me prender ao que me mata. Na verdade, todos nós viciados somos como cães de rua, podemos até achar um lar onde tem comida boa, água fresca, até algum afago. Mas a dependência da aparente liberdade fora das paredes da casa nos chama a voltar diariamente para o turbilhão de sensações que sentíamos antes, e que eventualmente nos fazes falta, então, novamente como cachorros comemos aquela porcaria gordurosa que por instantes achávamos que vamos morrer se não saciar esse desejo. Outro hábito que compartilhamos com os cachorrinhos é o de comer o nosso próprio vômito. Sim, nos arrependemos de fazer isso tudo, mas paradoxalmente nos arrependemos do arrependimento e comemos tudo que foi regurgitado antes. Daí você me pergunta o que têm isto a ver com amor, afinal esta carta deveria tratar disto. Sinceramente eu não sei te responder isto a não ser com outra pergunta: Como pede alguém perfeito como você amar um ser tão asqueroso como eu? Eu não faço ideia, aliás, não entendo como qualquer pessoa pode me amar, nem eu me amo tanto assim. Mas sei que seu amor é real, eu apenas o recebo, sei que ele é capaz de me transformar. Desculpa por não o retribuir como deveria, e obrigado por se comparecer por este cão sarnento, espero te ver em breve, um abraço. Te amo!

terça-feira, 1 de julho de 2014

4° carta (sendo sincero)



Olá, sei que faz muito tempo, na verdade estive mesmo longe de você até aqui.
Sei que espera mais de mim e sinceramente também esperava, mas agora minha incapacidade é tão nítida e minha miséria ficou tão exposta, de tal forma que me envergonho do seu olhar o tempo todo.
Não há nada mais constrangedor que estar diante de ti incessavelmente. Mas não consigo pronunciar uma única palavra contigo, espero que esse amor rompa o silêncio e nos aproxime novamente. Saudades...