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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ilhéus, na rota do progresso, à margem do desenvolvimento; Questões acerca do porto-sul.

As discussões feitas até agora a cerca da implantação do novo  complexo viário, que será construído na cidade de Ilhéus no sul da Bahia, fogem totalmente dos reais interesses da sociedade a cerca do assunto. O que vemos é claramente a disputa de interesses de dois setores econômicos, de um lado a BaMin (Bahia Mineração) e do outro o setor hoteleiro, medindo forças para ver quem consegue mais agilmente tomar o monopólio da opinião pública para usar à seu bel-prazer. 
Com diferentes estratégias político-ideológicas esses dois setores se posicionam, cada um com o recurso financeiro que tem, na linha de combate do modo voraz, como lobos despedaçam a vulnerável, ou melhor quase inexistente, consciência política dos ilheenses. A BaMin manipula parte da opinião usando os recursos midiásticos  e a velha "política de pão e circo" como principais aliados, compram a alma critica de alguns que de forma desesperada tentam angariar recursos para alguns de seus projetos, muito deles bem intencionados,< deixo claro que não critico esses tais últimos que citei, mesmo porque é necessário transformar o capital em algo que dê um retorno para sociedade, mas a crítica é direcionada à bestialização  deste tipo de ação, isso acontece porque alguns abutres do nosso município visam somente, como se diz popularmente, "se dar bem a qualquer custo", este tipo pessoas não tem posicionamento definido e pulam de "galho em galho" como melhor lhe convir.> mas que estão fadados a falir tendo em vista que esta fase "romântica" de conquistar a população acabará logo que o projeto estiver aprovado e consolidado.
Por outro lado o setor hoteleiro empreende nesse processo uma campanha muito bem elaborada e camuflada de ambientalista, atraem a juventude a arvorarem sua bandeira negra com uma espinha de peixe ao centro que mais se parece com uma bandeira pirata, e pirata num sentido amplo, mesmo porque sua aparência de politicamente correto é tão falsa quanto os CD's e DVD's que são vendidos no esplendoroso Shoping Popular construído pelo ex-prefeito Valderico Reis, o qual não merece crédito nenhum nem por essa obra nem por praça qualquer que leve o nome dele, se é que ele fez alguma obra do tipo, somente usei como ilustração, mas voltando a questão levantada, o movimento do não ao porto-sul basicamente se resume na luta pela manutenção capital hoteleiro de Ilhéus e Itacaré, as alegações de que o setor beneficia a região economicamente é demasiadamente equivocada, o termo certo a usar seria financeiramente, e uma finança que está restrita a poucos, e que as taxas de empregos efetivos gerados por esse ramo comercial são demasiadamente baixas, sem contar que as condições de trabalhos nos hotéis não condizem muitas vezes com as legislações trabalhistas. De certo modo esta região tem sim um grande potencial turístico, o que é mal administrado, e não precisa de uma analise técnica para perceber isso, exemplos claros de descuido desses recursos põe abaixo as argumentações apresentadas pelos donos de hotéis, uma delas diz respeito à Lagoa Encantada, tão santificada pelos ambientalistas, mas que não tem ao menos uma via de acesso decente, muito  a comunidade local tem acesso à algum tipo de recurso considerável.
Em suma falta na população de Ilhéus articulação política capaz de trazer algum tipo de beneficio efetivo para si, e entrar na briga por melhoria de vida, por melhor aplicação dos recursos públicos, ou seja, por sua própria dignidade humana e desenvolvimento econômico social, é hora de pensarmos mais em nós e menos nas arvores, que serão e estão sendo derrubadas independente desta obra ou não, parece que ninguém penso ainda nas favelas que surgirão, no aumento da criminalidade, na degradação do ensino público entre outros problemas sociais que serão agravados pois o município não tem um plano de desenvolvimento urbano capaz de suportar o provavel aumento demográfico por conta da falsa esperança de oferta de trabalho, e por falar nisso nem mão de obra especializada temos, a enganarmos com esse discurso demagógico de preservar a natureza em detrimento da população pobre, nem ao menos os intelectuais da UESC, que vivem quase em um mundo paralelo, isolados da comunidade que lhes sustentam, se manifestam de forma coesa à essa questão
Chega! É hora de deixarmos de ser meras massas de manobra nas mãos dos que nos oprimem, criar consciência de classe para si e transformar a nossa realidade social. Vamos ao debate! 

sábado, 10 de abril de 2010

Versos intimos






Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!


Augusto dos Anjos


Para mim está é uma das melhores obras da poesia brasileira, demonstra todo o tédio do homem moderno e toda sua angustia causada pela terceirização das relações sociais,a pesar de mostrar um pessimismo exacerbado se mostra realista frente a conjuntura paradoxal de amar.