Sinto-me só...
Como uma criança,
que abandonada pela mãe
chora e balbucia
sentindo o desamparo
desesperador do medo.
Sinto-me só...
Como a ultima flor que restou
de uma primavera incandesceste.
E que de repente ver
suas pétalas se despedaçarem
nas mãos de um impetuoso vento-sul.
Sinto-me só...
Como um soldado,
que abatido pelas tropas inimigas
vê-se solitário e taciturno
frente à sombra gélida
de uma morte iminente.
Sinto uma dor aguda,
de espinhos na carne,
e chego a enlouquecer
dos transtornos que me causam
e a noite roubam meu sono,
minam minha paz.
Vejo de perto meus algozes,
que anseiam minha morte
como os filhotes da águia
esperam a pequena presa
que ferozmente despedaçaram
Toco meu rosto
desconfigurado pela dor,
perplexo pelo caos
do sofrimento de uma batalha,
com mil bombas atômicas
caindo em cima de mim.
Nesse desalento eterno de viver
dilacero minha alma,
tentando por fim nesta guerra,
na qual o meu próprio inimigo sou eu.